domingo, 28 de março de 2010

Foste uma porção de tinta amarela
atirada em minhas vidraças.
Tomou para si
com firmeza-leve
as guias da minha visão,
num findar de dia
com a tomada do novo.
Sua cor escorrida
por minha taça de prata.
Pigmento que me toma a retina.
Ausência que me incha de furor, de dor, de esperma.
Carta duvidosa do meu baralho
multipolar, contraditória, contra-maniqueísta.
Recuso seu nome
e o desígnio de sua cor,
pois o esvazia de sentido.
Mas não consigo calar! Desgraça.
És amarelo
no interstício com o castanho.
Assim O é,
e em momentos como este
EU.

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