domingo, 28 de março de 2010

Foi gerado, vida! e depressa golpeado. O existir carinho o fora negado. Criança quase negra de belas feições com a maternidade perdida, desenvolvida na rua. Servo de seus ínfimos laços, tornou-se alvo abjeto nas esquinas da capital. Ator anônimo, ilhéu. Com nada de si, ou quase nada, feito representação de dramaturgia shakespeariana contemporânea, expõe olhos famintos e desamparados, ao escambo de moeda corrente, para os compostos de solidariedade cristã, tão desamparados quanto em sua vililidade e estar alienígena-alienado à busca de praticidade-conforto. Criança Adulto que sustenta o indispensável humano de quem o oferece abrigo, descuido, desprezo. Seus amigos são outros que à margem se fazem independentes, sob negligência, com precoce arbítrio. À tutela de matriarcas subjugadas, encapsuladas em força extrema, com o âmago tão esporraçado e carente que vivem sua imaturidade na superficial potência de ser ama. Admirável infanto desregrado, monumento móvel, senhor do bairro central. Sem abrigo, sem privacidade noite à dentro se masturba no elevado defronte ao supermercado deserto. Tudo que pude oferecer foi escuta atenta e dedicada consideração a toda dor que absorveu e abstraiu com a des-Construção de sua agência com o tempo passado. Peço perdão pelo que á mim fora proibido. A oportunidade perdida de lhe oferecer um tabaco e tragarmos sincera amizade, sem as representações de nossos ofícios.

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