domingo, 28 de março de 2010

Cala-te! Cala-te! e te serves do silêncio. Embebeda-te e deixa cair na dimensão da não-palavra. Permite do nada ser tudo. Bebe meu sangue pelo canto da boca e seca teu suor com minhas vísceras, meu âmago. Desgraça a piedade. Introduz uma cápsula de maldição em tua mucosa lanhada. Esfola, desgasta, fricciona a enorme pedra. Permanece pó. Toma a poção de pus de minha ulceração. O antídoto refrescante para sua pele queimada. Mergulha na amônia decantada de minha urina e salva seu gosto, seu aroma. Pinta seus lábios com o preparado de meus pêlos e sêmen. Seja-me a servidão. Capacho. Um imenso relicário.

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